FOLCLORE DO NORDESTE BRASILEIRO
Semira Adler Vainsencher
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
A palavra folclore (folk-lore) foi criada pelo arqueólogo inglês William John Thoms. Ele usou o vocábulo no dia 22 de agosto de 1846, pela primeira vez, em uma carta publicada no jornal The Athenaeum de Londres. Através da referida denominação, Thoms pretendeu englobar os estudos que vinham sendo chamados de Antiguidades Populares, Tradições Populares e Literatura Popular, e que possuíam, como principais características, a popularidade, a oralidade, o anonimato e a antiguidade.
Com o passar dos anos, o domínio do folk-lore foi se ampliando. Atualmente, o conceito compreende o estudo da cultura espontânea da sociedade, ou seja, tudo aquilo que as pessoas dizem, sentem e fazem. O folclore se tornou uma ciência sócio-cultural, por assim dizer. Tal ciência objetiva dar conta dos mitos, superstições, contos, fábulas, poesias populares, provérbios, culinária, arte, literatura popular, música, jogos e brincadeiras infantis, danças, entre tantos outros, ainda que seus elementos não sejam mais anônimos e/ou orais (como, por exemplo, a literatura de cordel).
Independentemente do grau de civilização, de cultura, de capacidade, de ingenuidade, ou até mesmo de barbárie, todas as sociedades desenvolvem hábitos e costumes próprios acerca do mundo e das coisas, ou, em outras palavras, possuem uma alma coletiva, algum tipo de sabedoria popular. Essa alma, projetada nas manifestações culturais, é um elo de ligação entre o microcosmo e o macrocosmo, exprimindo tanto as especificidades individuais quanto o material herdado pelo indivíduo através de sua família, de sua prole, de seu bando, de sua sociedade. Neste sentido, engloba aspectos psíquicos, históricos e antropológicos.
No Brasil, os estudos sobre folclore só atingiram um nível científico em 1913, quando o lingüista e historiador João Ribeiro realizou o Curso de Folclore na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O folclore passou a representar, inclusive, uma área de suma relevância da antropologia cultural e, o dia 22 de agosto, mediante um decreto de 1965, foi instituído como o Dia do Folclore.
O Nordeste brasileiro - região produtora de açúcar, por excelência - não sofreu a influência marcante de outras culturas (salvo a portuguesa e a africana) como os estados do Sul e Sudeste do País. Tampouco os holandeses deixaram marcas profundas na região. Os nordestinos criaram hábitos e costumes sui generis, fruto da miscigenação de três populações: a européia (os portugueses), a africana (os escravos) e a ameríndia (os nativos locais). Essas três raças geraram a população nordestina e todas as suas raízes culturais.
É comum a associação de praias, jangadas, pescadores, coqueiros, cangaço, e/ou carros-de-boi ao Nordeste. O folclore regional, por sua vez, é muito rico e abrangente, incluindo, entre outros elementos, o artesanato, as superstições e crendices, a linguagem popular, a literatura de cordel, os cultos, os folguedos populares, a culinária, os brinquedos populares, as artes e técnicas, as festas tradicionais, as adivinhações, os pregões e os remédios populares.
Em se tratando de festas populares, no carnaval de Pernambuco podem ser apreciados os maracatus, caboclinhos, pastoris, à la ursas, clubes de frevo, entre outros elementos. O pastoril, um dos importantes folguedos nordestinos, é representado no período de 23 de dezembro a 6 de janeiro, e consta de bailados, danças, cantos, diálogos, recitativos (em louvor ao nascimento de Jesus), por parte de duas alas: as pastoras do cordão azul e as do cordão encarnado. Elas dançam e cantam:
Boa-noite, meus senhores todos,
Boa-noite, senhoras também;
Somos pastoras
Pastorinhas belas
Que alegremente
Vamos a Belém...
Tudo indica que o pastoril foi introduzido no século XVI por padres portugueses. Antigamente, ele era representado apenas junto das igrejas, com o objetivo de entreter aqueles que aguardavam a missa do galo. Hoje, pode-se apreciá-lo em praças públicas e palcos, onde as pastorinhas dançam, geralmente, ao som de um conjunto de pau-e-corda. Mas, em alguns Estados nordestinos, o acompanhamento inclui sanfonas e violões, além de um conjunto de sopro e percussão.
O maracatu é um outro folguedo nordestino, criado pelos negros que buscavam manter o rigor da nobreza, os símbolos do poder e os acessórios de uma realeza européia. Para tanto, associaram a força agregadora da unidade social e os preceitos religiosos. No Recife, a organização e o estabelecimento da prática do Reinado do Congo ocorreu em 1674, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Lá, foram realizadas eleições entre os escravos, a fim de escolher quem seria o rei e a rainha.
O maracatu, portanto, representa uma oportunidade de reviver momentos das relações de poder entre senhores e escravos. Nele, o complexo religioso do Xangô também se faz presente. Os grupos levam estandartes exuberantes, bordados com fios dourados sobre veludo e cetim, a nobreza com as suas coroas, espadas, cetros, capas, as damas da corte levando calungas, todos ao som de um conjunto de instrumentos de percussão. Somente a partir da abolição da escravatura, o maracatu passou a fazer parte do ciclo carnavalesco, resumindo-se ao desfile da corte real negra e obedecendo ao estilo das procissões católicas.
Apesar de serem tratados como pertencentes à "segunda categoria", vale destacar a beleza dos maracatus rurais, uma outra apresentação folclórica do carnaval oriunda dos municípios da zona canavieira de Pernambuco. Seus principais personagens são os lanceiros (ou caboclos de lança), os tuxaus, as baianas, um tirador de loas e a orquestra.
Os Caboclinhos, Cabocolinhos, ou Caboclos, representam um folguedo de origem indígena que se apresenta, durante a festa carnavalesca, nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará. São uma espécie de reisado com bailados mímicos. Tem sua origem em danças executadas por crianças e adolescentes tupinambás do sexo masculino. Foi através desses bailados e brincadeiras que os missionários, no século XVI, conseguiram ganhar a confiança dos índios e, em especial, dos mais jovens. O fato está registrado no livro "Tratado da terra e gente do Brasil", escrito em 1584 pelo padre Fernão Cardim.
Como caboclinhos (filhos de caboclos ou descendentes de índios) participam meninos de 10 a 15 anos de idade. Eles usam tangas, cocares, braceletes de penas de peru, brincos (feitos de conchas, dentes ou sementes), colares, machadinha, arco-e-flecha, cocares de penas e pintam o corpo com ocre. O grupo possui, no máximo, vinte integrantes. Em som ritmado, todos acionam seus arcos-e-flechas de madeira e dançam ao som de instrumentos indígenas: maracás, reco-recos e pífanos. Quem comanda o grupo é o "caboclo velho", um adulto que é considerado o rei ou o mestre.
Os caboclinhos do Rio Grande do Norte, em particular, são bem diferentes: não usam penas em seu vestuário, seu bailado possui maior vibração e alegria, não utilizam o arco-e-flecha como instrumento de guerra, mas para dar ritmo às danças, e não restringem suas apresentações ao período de carnaval.
O bumba-meu-boi é uma das representações folclóricas mais importantes do Nordeste. Esse espetáculo deve ter sido introduzido, também, no século XVI, no período do ciclo econômico do gado. Segundo os estudiosos, apesar de não possuir uma origem africana, o bumba é um espetáculo de negros, onde eles se apresentam conformados com a sua inferioridade social e transformam a sua dor em comicidade.
A estória é bem simples: um certo homem branco, dono de um boi, vê um homem negro roubar-lhe o animal, com o objetivo de retirar sua língua. Por qual razão? Porque a sua esposa, que está grávida, deseja comer língua de boi. O boi morre ao ter sua língua retirada. Acontece que esse era o boi predileto do patrão. Então, um pajé tenta ressuscitar o animal morto.
Um aspecto a ser observado no bumba diz respeito à ausência de personagens do sexo feminino e à inferioridade com que a mulher é tratada: todas as figurantes são interpretadas por travestis. A única exceção é a pastorinha, representada por uma menina ou adolescente (porém, jamais uma mulher). No Maranhão, o folguedo se apresenta muito rico.
Além de certas modificações em sua coreografia, o folguedo possui nomes distintos nos estados: Boi-Calemba, no Rio Grande do Norte; Boi Surubi, no Ceará; Rancho-de-Boi, na Bahia; Bumba-meu-Boi em Pernambuco e Alagoas; e Cavalo-Marinho, na Paraíba.
Em Alagoas, por exemplo, percebe-se uma abertura de porta, como nos demais reisados, e um desfile de animais e personagens que dançam ao som da música característica cantada pelo coro. O primeiro a aparecer é a Burrinha e ela vem seguida do Cavalo-Marinho - uma armação como a do boi, porém comportando uma cabeça de cavalo pintada. Os outros personagens surgem sempre a dançar, tentando espantar os Mateus e a Catirina, bem como amedrontar as crianças ingênuas. Pode-se observar no espetáculo o Mané do Rosário, o Pantasma (Fantasma), o Morto-e-Vivo, o Foiará (Folharal), a Margarida, o Mandú, o Jaraguá, as Caiporinhas, as Sereias e o Pastor, a Sinhá Felipa - homem vestido de mulher com máscara - o Lobisomem, o Cego, o Doutor, entre outros. Uma das variações do Bumba-meu-boi é o Boi-Bumbá, representado no Amazonas.
No tocante às danças folclóricas, destaca-se o coco de roda: uma dança mestiça surgida em Alagoas, nos tempos coloniais, onde se misturam dois tipos de escravos: africanos e índios. O ritmo é dado por zabumbas, pandeiros e tamborins, mas as mãos representam o mais importante instrumento musical. O coco de roda era a dança preferida pelos cangaceiros de Lampião. Por isso, ainda se ouve cantar no Nordeste:
É Lampe, é Lampe, é Lampe,
é Lampe, é Lampe, é Lampião,
seu nome é Virgulino e
o apelido é Lampião.
Da mesma forma que o coco de roda, o reisado remonta ao período do Brasil-Colônia, ocorrendo nas festas de Natal e Reis. Seus personagens interpretam os próprios continuadores dos Reis Magos, vindos do Oriente para visitar o Deus Menino. Alguns figurantes do reisado são encontrados, também, no espetáculo do bumba-meu-boi: Mateus, o rei, a rainha, o mestre e o contramestre, o governador, o palhaço, o índio Peri, a sereia, entre outros.
No estado de Alagoas, os componentes dos reisados se apresentam com chapéus ricamente bordados e enfeitados com estrelas, fitas douradas e pequenos espelhos, que funcionam como amuletos para espantar os maus olhados, voltando-se contra quem os desejou. A coreografia é bem simples: os integrantes entabulam galopes, gingados e corrupios, pelas ruas e praças das cidades, enquanto os músicos tocam sanfonas, pandeiros, tambores e zabumbas.
Representando ao mesmo tempo uma dança e uma espécie de luta, a capoeira surgiu no Nordeste, trazida pelos escravos africanos. Difundiu-se muito depressa em Salvador, e um pouco no Recife e no Rio de Janeiro. A capoeira é dançada ao som do pandeiro, de cantos, do ritmo de palmas, e especialmente do berimbau.
Originário da África, esse instrumento compõe-se de um arco de madeira, com cerca de um metro e meio de comprimento, uma corda de metal, feita de arame, uma caixa de ressonância - uma cabaça cortada e amarrada com cordão -, uma cestinha contendo sementes de caxixi, uma vara pequena de madeira para percutir a corda, e uma moeda pesada. Feito um semicírculo, duas pessoas entram na roda e começam a lutar através de gingas, meneios de corpo, rasteiras, golpes e contragolpes rápidos. Há que se ter cuidado, no entanto: alguns golpes de capoeira podem levar à morte.
Dentre as principais festas e músicas folclóricas nordestinas, destaca-se a festa de São João ou o chamado ciclo junino. Nessa época do ano, dança-se bastante o forró, uma dança de pares cuja música foi consagrada pela saudosa dupla de compositores Luiz Gonzaga/José Dantas. Durante as festividades, as pessoas costumam se vestir com tecidos bastante coloridos, as chamadas roupas de matuto: as mulheres, vestindo saias largas, cheias de babados, calçadas com sapatos e meias, enfeitadas com grandes tranças no cabelo que terminam com laços de fita e, por cima, um chapéu de palha; e, os homens, vestindo calças remendadas, camisas coloridas, todos eles enfeitados com bigodes e cavanhaques pintados a carvão, carregando um cachimbo na boca, e também com um chapéu de palha na cabeça.
Essa festa ocorre na véspera do dia 24 de junho, ou seja, inicia-se no princípio da noite do dia 23. Durante o ciclo junino, as ruas são enfeitadas com bandeirinhas coloridas (coladas em uma linha e presas nos postes), faz-se os "casamentos de roça" e dança-se a quadrilha (uma animada dança de pares). Acende-se ainda uma fogueira, e todos comem comidas à base de milho (canjica, pamonha, munguzá) e/ou massa de mandioca (bolo Souza Leão, bolo pé-de-moleque), solta-se fogos e balões.
Sob o som constante do forró, o chefe da quadrilha dá os comandos principais da dança e os pares obedecem. É comum ver as pessoas assando milho verde nas fogueiras. Pouco depois de acabado o São João é comemorado o São Pedro, no dia 29 de junho. Durante todo o mês de junho realizam-se festejos nas cidades de Campina Grande (Paraíba) e Caruaru (Pernambuco).
De origem européia, o carnaval, sem dúvida alguma, representa a maior festa nordestina. Ao som do frevo, os blocos carnavalescos desfilam pelas ruas. No Rio de Janeiro e em São Paulo, onde as famosas escolas de samba se apresentam, não se ouve tocar e dançar o frevo: o samba é a música típica do carnaval.
Nas capitais e outras cidades do Nordeste do Brasil, nos últimos anos, comemora-se ainda o carnaval fora de época.
O cangaço e os cangaceiros - representados por Lampião, Maria Bonita (sua esposa), Silvino, Cabeleira, e outros - transformaram-se em temas e figuras folclóricas de destaque, presentes na música, no vestuário e no artesanato.
O Nordeste possui uma culinária rica e variada. Destacam-se os seguintes pratos: peixada, sirizada, quiabada, muqueca de peixe, pirão de peixe, casquinho de caranguejo, buchada, galinha de cabidela, entre outros. São tradicionais: o cavaquinho, o rolete de cana, a pipoca, o caldo de cana, a rapadura, o raspa-raspa, a umbuzada, o algodão doce, o queijo manteiga. A cozinha baiana merece destaque. Nas ruas de Salvador, negras vestidas de baianas vendem acarajés fritos no azeite de dendê e abarás.
A cozinha pernambucana também é deliciosa. Destacam-se nela: rabada, buchada, dobradinha, galinha à cabidela, quitutes à base de milho (canjica, pamonha, bolo de milho, munguzá, milho cozido e milho assado), compotas de frutas, sucos variados, tapiocas de coco e tapiocas molhadas (embrulhadas em folhas de bananeira), entre tantos outros. No Maranhão, alguns de seus pratos típicos são o arroz-de-cuxá, as frigideiras de camarão, os doces de buriti, bacuri, cupuaçu e murici. No Piauí, encontram-se: os peixes fritos em óleo de babaçu, a paçoca (feita de carne-de-sol assada, socada no pilão com farinha e cebolinha branca), e a cafofa (frito de tripas de criação). Já em Alagoas, além de inúmeras iguarias, pode-se apreciar o feijão de coco e a papa de feijão.
O artesanato nordestino é muito bonito e diversificado. Na região são produzidos diversos tipos de cerâmica (utilitária, decorativa e lúdica); redes e rendas; cestarias; xilogravuras; talhas e esculturas em madeira; trabalhos feitos em couro, pedras, mariscos, chifres, sementes, grãos, fibras, entre tantos outros.
Cabe registrar que a arte de fazer rendas é uma herança que o europeu deixou no Brasil. As noivas costumavam encomendá-las para o enxoval e, os padres, para os seus paramentos. Os pontos das rendas podem ser: carocinho de arroz, meia-lua, flor de goiabeira, traça, caracol, margarida, bico de pato. Como a confecção de rendas é uma atividade corrente no Nordeste, a mulher rendeira passou também a ser uma figura típica da região.
No folclore nordestino encontram-se presentes os poetas e trovadores. Mediante a proliferação das oficinas tipográficas, a famosa literatura de cordel (os folhetos populares), com as suas capas ilustradas com xilogravuras, é colocada à disposição do público.
Há que se destacar alguns importantes poetas populares: Catulo da Paixão Cearense (conhecido no País e no exterior), Leandro Gomes de Barros (um dos principais expoentes da arte cordelística brasileira), Antônio Gonçalves da Silva (apelidado Patativa do Assaré, que nasceu e viveu no município de Assaré, no Ceará), o pernambucano José Saturnino dos Santos (conhecido como Andorinha), os paraibanos Sebastião Marinho, Pedro Bandeira ("O Príncipe dos Poetas do Nordeste") e Zé Limeira (este último, de Taperoá), entre inúmeros talentosos profetas do verso e da viola.
Segue abaixo um exemplo dos versos desses poetas.
Do cordel para o repente
É diferente o traçado
Porque o cordel é escrito
E o repente é improvisado
O cordel tem de ser lido
E o repente cantado.
(Andorinha)
Repentista respeitado
Narra, canta e profetiza
Gera mito, cria lei
Forma lenda e faz pesquisa
Cantador faz tudo isso
Inda canta e improvisa.
(Sebastião Marinho)
O nordestino é quem bota
Esse São Paulo pra frente
Fez de Maluf prefeito
De Itamar presidente
Inda tem cabra safado
Que marginaliza a gente.
Vamos chegar a 2000
Com muitos descamisados
Na farsa dos presidentes
Na gula dos deputados
Nosso Brasil inda vive
De pés e mãos amarrados.
(Pedro Bandeira)
Cabe dizer, finalmente, que as distintas manifestações e elementos culturais tanto podem ser conservados em seu formato original, mantendo-se inalterados através do tempo, quanto podem ser modificados, renovados ou mesmo abandonados, por vezes desaparecendo para sempre.
Do acervo popular que representa o folclore fazem parte: os amoladores de tesouras e de facas, que anunciam os seus serviços pelas ruas; os vendedores de algodão-doce, cavaquinho, japonês, vassouras, cuscuz, colheres-de-pau; a culinária, o artesanato, os cantadores de viola, os maracatus, reisados e pastoris, enfim, tudo e todos que, sem qualquer intencionalidade, continuam mantendo os hábitos e costumes do Nordeste, preservando e enriquecendo a cultura popular dessa região do Brasil.
Fontes consultadas:
Com o passar dos anos, o domínio do folk-lore foi se ampliando. Atualmente, o conceito compreende o estudo da cultura espontânea da sociedade, ou seja, tudo aquilo que as pessoas dizem, sentem e fazem. O folclore se tornou uma ciência sócio-cultural, por assim dizer. Tal ciência objetiva dar conta dos mitos, superstições, contos, fábulas, poesias populares, provérbios, culinária, arte, literatura popular, música, jogos e brincadeiras infantis, danças, entre tantos outros, ainda que seus elementos não sejam mais anônimos e/ou orais (como, por exemplo, a literatura de cordel).
Independentemente do grau de civilização, de cultura, de capacidade, de ingenuidade, ou até mesmo de barbárie, todas as sociedades desenvolvem hábitos e costumes próprios acerca do mundo e das coisas, ou, em outras palavras, possuem uma alma coletiva, algum tipo de sabedoria popular. Essa alma, projetada nas manifestações culturais, é um elo de ligação entre o microcosmo e o macrocosmo, exprimindo tanto as especificidades individuais quanto o material herdado pelo indivíduo através de sua família, de sua prole, de seu bando, de sua sociedade. Neste sentido, engloba aspectos psíquicos, históricos e antropológicos.
No Brasil, os estudos sobre folclore só atingiram um nível científico em 1913, quando o lingüista e historiador João Ribeiro realizou o Curso de Folclore na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O folclore passou a representar, inclusive, uma área de suma relevância da antropologia cultural e, o dia 22 de agosto, mediante um decreto de 1965, foi instituído como o Dia do Folclore.
O Nordeste brasileiro - região produtora de açúcar, por excelência - não sofreu a influência marcante de outras culturas (salvo a portuguesa e a africana) como os estados do Sul e Sudeste do País. Tampouco os holandeses deixaram marcas profundas na região. Os nordestinos criaram hábitos e costumes sui generis, fruto da miscigenação de três populações: a européia (os portugueses), a africana (os escravos) e a ameríndia (os nativos locais). Essas três raças geraram a população nordestina e todas as suas raízes culturais.
É comum a associação de praias, jangadas, pescadores, coqueiros, cangaço, e/ou carros-de-boi ao Nordeste. O folclore regional, por sua vez, é muito rico e abrangente, incluindo, entre outros elementos, o artesanato, as superstições e crendices, a linguagem popular, a literatura de cordel, os cultos, os folguedos populares, a culinária, os brinquedos populares, as artes e técnicas, as festas tradicionais, as adivinhações, os pregões e os remédios populares.
Em se tratando de festas populares, no carnaval de Pernambuco podem ser apreciados os maracatus, caboclinhos, pastoris, à la ursas, clubes de frevo, entre outros elementos. O pastoril, um dos importantes folguedos nordestinos, é representado no período de 23 de dezembro a 6 de janeiro, e consta de bailados, danças, cantos, diálogos, recitativos (em louvor ao nascimento de Jesus), por parte de duas alas: as pastoras do cordão azul e as do cordão encarnado. Elas dançam e cantam:
Boa-noite, meus senhores todos,
Boa-noite, senhoras também;
Somos pastoras
Pastorinhas belas
Que alegremente
Vamos a Belém...
Tudo indica que o pastoril foi introduzido no século XVI por padres portugueses. Antigamente, ele era representado apenas junto das igrejas, com o objetivo de entreter aqueles que aguardavam a missa do galo. Hoje, pode-se apreciá-lo em praças públicas e palcos, onde as pastorinhas dançam, geralmente, ao som de um conjunto de pau-e-corda. Mas, em alguns Estados nordestinos, o acompanhamento inclui sanfonas e violões, além de um conjunto de sopro e percussão.
O maracatu é um outro folguedo nordestino, criado pelos negros que buscavam manter o rigor da nobreza, os símbolos do poder e os acessórios de uma realeza européia. Para tanto, associaram a força agregadora da unidade social e os preceitos religiosos. No Recife, a organização e o estabelecimento da prática do Reinado do Congo ocorreu em 1674, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Lá, foram realizadas eleições entre os escravos, a fim de escolher quem seria o rei e a rainha.
O maracatu, portanto, representa uma oportunidade de reviver momentos das relações de poder entre senhores e escravos. Nele, o complexo religioso do Xangô também se faz presente. Os grupos levam estandartes exuberantes, bordados com fios dourados sobre veludo e cetim, a nobreza com as suas coroas, espadas, cetros, capas, as damas da corte levando calungas, todos ao som de um conjunto de instrumentos de percussão. Somente a partir da abolição da escravatura, o maracatu passou a fazer parte do ciclo carnavalesco, resumindo-se ao desfile da corte real negra e obedecendo ao estilo das procissões católicas.
Apesar de serem tratados como pertencentes à "segunda categoria", vale destacar a beleza dos maracatus rurais, uma outra apresentação folclórica do carnaval oriunda dos municípios da zona canavieira de Pernambuco. Seus principais personagens são os lanceiros (ou caboclos de lança), os tuxaus, as baianas, um tirador de loas e a orquestra.
Os Caboclinhos, Cabocolinhos, ou Caboclos, representam um folguedo de origem indígena que se apresenta, durante a festa carnavalesca, nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará. São uma espécie de reisado com bailados mímicos. Tem sua origem em danças executadas por crianças e adolescentes tupinambás do sexo masculino. Foi através desses bailados e brincadeiras que os missionários, no século XVI, conseguiram ganhar a confiança dos índios e, em especial, dos mais jovens. O fato está registrado no livro "Tratado da terra e gente do Brasil", escrito em 1584 pelo padre Fernão Cardim.
Como caboclinhos (filhos de caboclos ou descendentes de índios) participam meninos de 10 a 15 anos de idade. Eles usam tangas, cocares, braceletes de penas de peru, brincos (feitos de conchas, dentes ou sementes), colares, machadinha, arco-e-flecha, cocares de penas e pintam o corpo com ocre. O grupo possui, no máximo, vinte integrantes. Em som ritmado, todos acionam seus arcos-e-flechas de madeira e dançam ao som de instrumentos indígenas: maracás, reco-recos e pífanos. Quem comanda o grupo é o "caboclo velho", um adulto que é considerado o rei ou o mestre.
Os caboclinhos do Rio Grande do Norte, em particular, são bem diferentes: não usam penas em seu vestuário, seu bailado possui maior vibração e alegria, não utilizam o arco-e-flecha como instrumento de guerra, mas para dar ritmo às danças, e não restringem suas apresentações ao período de carnaval.
O bumba-meu-boi é uma das representações folclóricas mais importantes do Nordeste. Esse espetáculo deve ter sido introduzido, também, no século XVI, no período do ciclo econômico do gado. Segundo os estudiosos, apesar de não possuir uma origem africana, o bumba é um espetáculo de negros, onde eles se apresentam conformados com a sua inferioridade social e transformam a sua dor em comicidade.
A estória é bem simples: um certo homem branco, dono de um boi, vê um homem negro roubar-lhe o animal, com o objetivo de retirar sua língua. Por qual razão? Porque a sua esposa, que está grávida, deseja comer língua de boi. O boi morre ao ter sua língua retirada. Acontece que esse era o boi predileto do patrão. Então, um pajé tenta ressuscitar o animal morto.
Um aspecto a ser observado no bumba diz respeito à ausência de personagens do sexo feminino e à inferioridade com que a mulher é tratada: todas as figurantes são interpretadas por travestis. A única exceção é a pastorinha, representada por uma menina ou adolescente (porém, jamais uma mulher). No Maranhão, o folguedo se apresenta muito rico.
Além de certas modificações em sua coreografia, o folguedo possui nomes distintos nos estados: Boi-Calemba, no Rio Grande do Norte; Boi Surubi, no Ceará; Rancho-de-Boi, na Bahia; Bumba-meu-Boi em Pernambuco e Alagoas; e Cavalo-Marinho, na Paraíba.
Em Alagoas, por exemplo, percebe-se uma abertura de porta, como nos demais reisados, e um desfile de animais e personagens que dançam ao som da música característica cantada pelo coro. O primeiro a aparecer é a Burrinha e ela vem seguida do Cavalo-Marinho - uma armação como a do boi, porém comportando uma cabeça de cavalo pintada. Os outros personagens surgem sempre a dançar, tentando espantar os Mateus e a Catirina, bem como amedrontar as crianças ingênuas. Pode-se observar no espetáculo o Mané do Rosário, o Pantasma (Fantasma), o Morto-e-Vivo, o Foiará (Folharal), a Margarida, o Mandú, o Jaraguá, as Caiporinhas, as Sereias e o Pastor, a Sinhá Felipa - homem vestido de mulher com máscara - o Lobisomem, o Cego, o Doutor, entre outros. Uma das variações do Bumba-meu-boi é o Boi-Bumbá, representado no Amazonas.
No tocante às danças folclóricas, destaca-se o coco de roda: uma dança mestiça surgida em Alagoas, nos tempos coloniais, onde se misturam dois tipos de escravos: africanos e índios. O ritmo é dado por zabumbas, pandeiros e tamborins, mas as mãos representam o mais importante instrumento musical. O coco de roda era a dança preferida pelos cangaceiros de Lampião. Por isso, ainda se ouve cantar no Nordeste:
É Lampe, é Lampe, é Lampe,
é Lampe, é Lampe, é Lampião,
seu nome é Virgulino e
o apelido é Lampião.
Da mesma forma que o coco de roda, o reisado remonta ao período do Brasil-Colônia, ocorrendo nas festas de Natal e Reis. Seus personagens interpretam os próprios continuadores dos Reis Magos, vindos do Oriente para visitar o Deus Menino. Alguns figurantes do reisado são encontrados, também, no espetáculo do bumba-meu-boi: Mateus, o rei, a rainha, o mestre e o contramestre, o governador, o palhaço, o índio Peri, a sereia, entre outros.
No estado de Alagoas, os componentes dos reisados se apresentam com chapéus ricamente bordados e enfeitados com estrelas, fitas douradas e pequenos espelhos, que funcionam como amuletos para espantar os maus olhados, voltando-se contra quem os desejou. A coreografia é bem simples: os integrantes entabulam galopes, gingados e corrupios, pelas ruas e praças das cidades, enquanto os músicos tocam sanfonas, pandeiros, tambores e zabumbas.
Representando ao mesmo tempo uma dança e uma espécie de luta, a capoeira surgiu no Nordeste, trazida pelos escravos africanos. Difundiu-se muito depressa em Salvador, e um pouco no Recife e no Rio de Janeiro. A capoeira é dançada ao som do pandeiro, de cantos, do ritmo de palmas, e especialmente do berimbau.
Originário da África, esse instrumento compõe-se de um arco de madeira, com cerca de um metro e meio de comprimento, uma corda de metal, feita de arame, uma caixa de ressonância - uma cabaça cortada e amarrada com cordão -, uma cestinha contendo sementes de caxixi, uma vara pequena de madeira para percutir a corda, e uma moeda pesada. Feito um semicírculo, duas pessoas entram na roda e começam a lutar através de gingas, meneios de corpo, rasteiras, golpes e contragolpes rápidos. Há que se ter cuidado, no entanto: alguns golpes de capoeira podem levar à morte.
Dentre as principais festas e músicas folclóricas nordestinas, destaca-se a festa de São João ou o chamado ciclo junino. Nessa época do ano, dança-se bastante o forró, uma dança de pares cuja música foi consagrada pela saudosa dupla de compositores Luiz Gonzaga/José Dantas. Durante as festividades, as pessoas costumam se vestir com tecidos bastante coloridos, as chamadas roupas de matuto: as mulheres, vestindo saias largas, cheias de babados, calçadas com sapatos e meias, enfeitadas com grandes tranças no cabelo que terminam com laços de fita e, por cima, um chapéu de palha; e, os homens, vestindo calças remendadas, camisas coloridas, todos eles enfeitados com bigodes e cavanhaques pintados a carvão, carregando um cachimbo na boca, e também com um chapéu de palha na cabeça.
Essa festa ocorre na véspera do dia 24 de junho, ou seja, inicia-se no princípio da noite do dia 23. Durante o ciclo junino, as ruas são enfeitadas com bandeirinhas coloridas (coladas em uma linha e presas nos postes), faz-se os "casamentos de roça" e dança-se a quadrilha (uma animada dança de pares). Acende-se ainda uma fogueira, e todos comem comidas à base de milho (canjica, pamonha, munguzá) e/ou massa de mandioca (bolo Souza Leão, bolo pé-de-moleque), solta-se fogos e balões.
Sob o som constante do forró, o chefe da quadrilha dá os comandos principais da dança e os pares obedecem. É comum ver as pessoas assando milho verde nas fogueiras. Pouco depois de acabado o São João é comemorado o São Pedro, no dia 29 de junho. Durante todo o mês de junho realizam-se festejos nas cidades de Campina Grande (Paraíba) e Caruaru (Pernambuco).
De origem européia, o carnaval, sem dúvida alguma, representa a maior festa nordestina. Ao som do frevo, os blocos carnavalescos desfilam pelas ruas. No Rio de Janeiro e em São Paulo, onde as famosas escolas de samba se apresentam, não se ouve tocar e dançar o frevo: o samba é a música típica do carnaval.
Nas capitais e outras cidades do Nordeste do Brasil, nos últimos anos, comemora-se ainda o carnaval fora de época.
O cangaço e os cangaceiros - representados por Lampião, Maria Bonita (sua esposa), Silvino, Cabeleira, e outros - transformaram-se em temas e figuras folclóricas de destaque, presentes na música, no vestuário e no artesanato.
O Nordeste possui uma culinária rica e variada. Destacam-se os seguintes pratos: peixada, sirizada, quiabada, muqueca de peixe, pirão de peixe, casquinho de caranguejo, buchada, galinha de cabidela, entre outros. São tradicionais: o cavaquinho, o rolete de cana, a pipoca, o caldo de cana, a rapadura, o raspa-raspa, a umbuzada, o algodão doce, o queijo manteiga. A cozinha baiana merece destaque. Nas ruas de Salvador, negras vestidas de baianas vendem acarajés fritos no azeite de dendê e abarás.
A cozinha pernambucana também é deliciosa. Destacam-se nela: rabada, buchada, dobradinha, galinha à cabidela, quitutes à base de milho (canjica, pamonha, bolo de milho, munguzá, milho cozido e milho assado), compotas de frutas, sucos variados, tapiocas de coco e tapiocas molhadas (embrulhadas em folhas de bananeira), entre tantos outros. No Maranhão, alguns de seus pratos típicos são o arroz-de-cuxá, as frigideiras de camarão, os doces de buriti, bacuri, cupuaçu e murici. No Piauí, encontram-se: os peixes fritos em óleo de babaçu, a paçoca (feita de carne-de-sol assada, socada no pilão com farinha e cebolinha branca), e a cafofa (frito de tripas de criação). Já em Alagoas, além de inúmeras iguarias, pode-se apreciar o feijão de coco e a papa de feijão.
O artesanato nordestino é muito bonito e diversificado. Na região são produzidos diversos tipos de cerâmica (utilitária, decorativa e lúdica); redes e rendas; cestarias; xilogravuras; talhas e esculturas em madeira; trabalhos feitos em couro, pedras, mariscos, chifres, sementes, grãos, fibras, entre tantos outros.
Cabe registrar que a arte de fazer rendas é uma herança que o europeu deixou no Brasil. As noivas costumavam encomendá-las para o enxoval e, os padres, para os seus paramentos. Os pontos das rendas podem ser: carocinho de arroz, meia-lua, flor de goiabeira, traça, caracol, margarida, bico de pato. Como a confecção de rendas é uma atividade corrente no Nordeste, a mulher rendeira passou também a ser uma figura típica da região.
No folclore nordestino encontram-se presentes os poetas e trovadores. Mediante a proliferação das oficinas tipográficas, a famosa literatura de cordel (os folhetos populares), com as suas capas ilustradas com xilogravuras, é colocada à disposição do público.
Há que se destacar alguns importantes poetas populares: Catulo da Paixão Cearense (conhecido no País e no exterior), Leandro Gomes de Barros (um dos principais expoentes da arte cordelística brasileira), Antônio Gonçalves da Silva (apelidado Patativa do Assaré, que nasceu e viveu no município de Assaré, no Ceará), o pernambucano José Saturnino dos Santos (conhecido como Andorinha), os paraibanos Sebastião Marinho, Pedro Bandeira ("O Príncipe dos Poetas do Nordeste") e Zé Limeira (este último, de Taperoá), entre inúmeros talentosos profetas do verso e da viola.
Segue abaixo um exemplo dos versos desses poetas.
Do cordel para o repente
É diferente o traçado
Porque o cordel é escrito
E o repente é improvisado
O cordel tem de ser lido
E o repente cantado.
(Andorinha)
Repentista respeitado
Narra, canta e profetiza
Gera mito, cria lei
Forma lenda e faz pesquisa
Cantador faz tudo isso
Inda canta e improvisa.
(Sebastião Marinho)
O nordestino é quem bota
Esse São Paulo pra frente
Fez de Maluf prefeito
De Itamar presidente
Inda tem cabra safado
Que marginaliza a gente.
Vamos chegar a 2000
Com muitos descamisados
Na farsa dos presidentes
Na gula dos deputados
Nosso Brasil inda vive
De pés e mãos amarrados.
(Pedro Bandeira)
Cabe dizer, finalmente, que as distintas manifestações e elementos culturais tanto podem ser conservados em seu formato original, mantendo-se inalterados através do tempo, quanto podem ser modificados, renovados ou mesmo abandonados, por vezes desaparecendo para sempre.
Do acervo popular que representa o folclore fazem parte: os amoladores de tesouras e de facas, que anunciam os seus serviços pelas ruas; os vendedores de algodão-doce, cavaquinho, japonês, vassouras, cuscuz, colheres-de-pau; a culinária, o artesanato, os cantadores de viola, os maracatus, reisados e pastoris, enfim, tudo e todos que, sem qualquer intencionalidade, continuam mantendo os hábitos e costumes do Nordeste, preservando e enriquecendo a cultura popular dessa região do Brasil.
Fontes consultadas:
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