IGREJA MATRIZ DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO DE SANTO ANTÔNIO
Semira Adler Vainsencher
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
A Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio é um dos templos mais bonitos do Recife. Possui um estilo barroco colonial, teve a sua construção iniciada em 1753 e concluída em 1790, e foi dedicada a Santo Antônio. A igreja está localizada em volta da Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio.
No local onde o templo foi construído existiam, anteriormente, as trincheiras dos invasores holandeses e a conhecida Casa de Pólvora. Daí, no ano de 1752, a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Matriz do Corpo decidiu adquirir o terreno e construir uma igreja medindo 100 palmos de comprimento por 50 de largura.
A fachada do prédio é bela, apresentando volutas e conchas nos portais que foram confeccionadas com arenito dos arrecifes. Há um ostensório no frontão, um torçal na base das torres, e uma cruz. Na entrada do templo, duas capelas chamam a atenção dos visitantes: a de Nossa Senhora da Piedade e o batistério com sua pia batismal.
Em seu altar principal, destaca-se um trono, onde fica um Crucifixo, ladeado por nichos contendo as imagens do padroeiro Santo Antônio e do mártir São Sebastião, assim como o sacrário que abriga o Santíssimo Sacramento. Vários altares laterais complementam a nave do templo.
Repleto de talhas douradas, o altar-mor possui estilo rococó. Neste altar se observam, ainda, várias pinturas nas paredes, um Crucificado em marfim e uma imagem de Santo Antônio.
No forro da nave central encontra-se pendurado um exuberante lustre de cristal. A decoração do forro foi complementada com painéis de Sebastião da Silva Tavares, um famoso pintor sacro do século XIX. Em cima da parede do átrio, observam-se dois leões chineses.
Oito altares, duas capelas da nave, um consistório no andar superior, uma dupla fileira de tribunas e duas sacristias, de cada lado da capela-mor, também podem ser apreciados. A casa paroquial, residência do vigário da Matriz, está situada em um dos lados da igreja. O oitão desta, por sua vez, dá para a rua Nova; e, os seus fundos, desembocam na estreita rua Pedro Ivo.
A torre da Matriz de Santo Antônio é revestida de azulejos. Na face voltada para o norte, vê-se um relógio de origem alemã. Cinco arcos romanos de pedra lavrada decoram a fachada do templo. As suas janelas são emolduradas. O frontão, ornado de conchas e volutas, contém o emblema da Ordem Terceira, enormes tochas e uma cruz, toda em pedra.
A pintura e a douração da igreja foram realizadas por Manuel de Jesus Pinto, de 1790 a 1805. No altar do consistório, há um painel do Espírito Santo, uma obra realizada pelo mesmo autor.
No batistério, por sua vez, observa-se um quadro do início do século XIX - O Batismo de Jesus - pintado por José Elói, o responsável, também, pela pintura dos painéis da igreja do Mosteiro de São Bento, em Olinda.
Na parte interna do lado direito da Matriz localiza-se o cemitério. Nele, estão sepultados os corpos decepados dos insurretos da Revolução Pernambucana de 1817. Além desses, entre os túmulos, destacam-se os jazigos de Florismundo Marques Lins, o 2º barão de Utinga, e o de Jerônimo Vilela de Castro Tavares, poeta, político e jornalista.
Contudo, até a metade do século XIX, existiam vários tipos de sepultura na Matriz de Santo Antônio. Os suicidas, os católicos condenados e os escravos, por exemplo, eram enterrados em túmulos à parte, algo que era tido como uma humilhação, do ponto de vista social.
Além de alguns painéis, na sacristia da igreja há um lavabo feito em mármore e uma grande cômoda, com quatro gavetas e desenhos em rococó, que foi doada em 1794 pelo padre Feliciano José Dornelas.
Com três arcos romanos de pedra lavrada, trabalhos de cantaria, um conjunto de portadas, folhas de acanto, elementos decorativos, além de esculturas em pedra nas torres e na fachada, a Matriz possui um dos frontispícios mais bonitos do Brasil. Sem dúvida alguma, a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio representa um dos cartões-postais da cidade do Recife.
Fontes consultadas:
No local onde o templo foi construído existiam, anteriormente, as trincheiras dos invasores holandeses e a conhecida Casa de Pólvora. Daí, no ano de 1752, a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Matriz do Corpo decidiu adquirir o terreno e construir uma igreja medindo 100 palmos de comprimento por 50 de largura.
A fachada do prédio é bela, apresentando volutas e conchas nos portais que foram confeccionadas com arenito dos arrecifes. Há um ostensório no frontão, um torçal na base das torres, e uma cruz. Na entrada do templo, duas capelas chamam a atenção dos visitantes: a de Nossa Senhora da Piedade e o batistério com sua pia batismal.
Em seu altar principal, destaca-se um trono, onde fica um Crucifixo, ladeado por nichos contendo as imagens do padroeiro Santo Antônio e do mártir São Sebastião, assim como o sacrário que abriga o Santíssimo Sacramento. Vários altares laterais complementam a nave do templo.
Repleto de talhas douradas, o altar-mor possui estilo rococó. Neste altar se observam, ainda, várias pinturas nas paredes, um Crucificado em marfim e uma imagem de Santo Antônio.
No forro da nave central encontra-se pendurado um exuberante lustre de cristal. A decoração do forro foi complementada com painéis de Sebastião da Silva Tavares, um famoso pintor sacro do século XIX. Em cima da parede do átrio, observam-se dois leões chineses.
Oito altares, duas capelas da nave, um consistório no andar superior, uma dupla fileira de tribunas e duas sacristias, de cada lado da capela-mor, também podem ser apreciados. A casa paroquial, residência do vigário da Matriz, está situada em um dos lados da igreja. O oitão desta, por sua vez, dá para a rua Nova; e, os seus fundos, desembocam na estreita rua Pedro Ivo.
A torre da Matriz de Santo Antônio é revestida de azulejos. Na face voltada para o norte, vê-se um relógio de origem alemã. Cinco arcos romanos de pedra lavrada decoram a fachada do templo. As suas janelas são emolduradas. O frontão, ornado de conchas e volutas, contém o emblema da Ordem Terceira, enormes tochas e uma cruz, toda em pedra.
A pintura e a douração da igreja foram realizadas por Manuel de Jesus Pinto, de 1790 a 1805. No altar do consistório, há um painel do Espírito Santo, uma obra realizada pelo mesmo autor.
No batistério, por sua vez, observa-se um quadro do início do século XIX - O Batismo de Jesus - pintado por José Elói, o responsável, também, pela pintura dos painéis da igreja do Mosteiro de São Bento, em Olinda.
Na parte interna do lado direito da Matriz localiza-se o cemitério. Nele, estão sepultados os corpos decepados dos insurretos da Revolução Pernambucana de 1817. Além desses, entre os túmulos, destacam-se os jazigos de Florismundo Marques Lins, o 2º barão de Utinga, e o de Jerônimo Vilela de Castro Tavares, poeta, político e jornalista.
Contudo, até a metade do século XIX, existiam vários tipos de sepultura na Matriz de Santo Antônio. Os suicidas, os católicos condenados e os escravos, por exemplo, eram enterrados em túmulos à parte, algo que era tido como uma humilhação, do ponto de vista social.
Além de alguns painéis, na sacristia da igreja há um lavabo feito em mármore e uma grande cômoda, com quatro gavetas e desenhos em rococó, que foi doada em 1794 pelo padre Feliciano José Dornelas.
Com três arcos romanos de pedra lavrada, trabalhos de cantaria, um conjunto de portadas, folhas de acanto, elementos decorativos, além de esculturas em pedra nas torres e na fachada, a Matriz possui um dos frontispícios mais bonitos do Brasil. Sem dúvida alguma, a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio representa um dos cartões-postais da cidade do Recife.
Fontes consultadas:
BARBOSA, Antônio. Relíquias de Pernambuco. São Paulo: Ed. Fundo Educativo Brasileiro, 1983.
FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1977.
GUERRA, Flávio. Velhas igrejas do Recife, Olinda e Igarassu. [Recife?: s.n., 196?].
_________. Velhas igrejas e subúrbios históricos. Recife: Fundação Guararapes, 1970.
MENEZES, José Luiz Mota. O Recife e as construções religiosas. Arrecifes: Revista do Conselho Municipal de Cultura, Recife, ano 3, n. 2, p. 27-31, 1987.
SILVA, Leonardo Dantas. Pernambuco preservado. Recife: Ed. do Autor, 2002.
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