IGREJA DE NOSSA SENHORA DO MONTE (Olinda, PE)
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Segundo os cronistas, Duarte Coelho, o primeiro donatário de Pernambuco, mandou erguer em taipa, sobre as terras do outeiro do monte em Olinda, um pequeno templo dedicado à Nossa Senhora do Monte.
Neste sentido, a Igreja de Nossa Senhora do Monte possui a mais antiga das documentações comprovando a sua existência: uma certidão datada do século XVI, reiterando a doação das terras por parte de Brites de Albuquerque, viúva do supracitado donatário.
Em 1596, o templo passou a ser administrado pelos monges beneditinos. Por se encontrar afastado do centro urbano de Olinda, esse prédio não sofreu danos com o grande incêndio de 1631, provocado pelos holandeses. Vale registrar que os irmãos beneditinos, com suas hortas e sítios, transformaram o lugar em um tipo de hospício. Quando os flamengos foram expulsos do Brasil, os monges abandonaram a igreja, ficando esta aos cuidados dos moradores e romeiros.
Desde o século XIX, o templo vem passando por uma série de reformas. E, no século XX, ele foi entregue às freiras da Ordem de São Bento. Estas chegaram da Alemanha, em 1903, com o objetivo de cuidar da Igreja e do Hospital da Misericórdia, e instalaram a Academia de Santa Gertrudes nas redondezas. As freiras também produziam bordados para os paramentos religiosos, além de licores e biscoitos.
Na igreja de Nossa Senhora do Monte, em cada parede no fundo da nave, há dois nichos de altar emoldurados por arcos de pilastras de ordem toscana. As tribunas são de madeira trabalhada, e o púlpito contém uma decoração em motivos florais, e vê-se apoiado por cachorros de pedra.
Nas paredes da capela-mor destacam-se painéis e, na sacristia, há um lavabo esculpido em calcário. O templo possui alguns elementos bastante antigos, como a porta de entrada, advinda do século XVII; e a sua fachada apresenta-se ladeada por um campanário anão, também do mesmo período histórico.
Fontes consultadas:
BARBOSA, Antônio. Relíquias de Pernambuco. São Paulo: Ed. Fundo Educativo Brasileiro, 1983.
FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1977.
GUERRA, Flávio. Velhas igrejas do Recife, Olinda e Igarassu. [Recife?: s.n.], [196?].
_________. Velhas igrejas e subúrbios históricos. Recife: Fundação Guararapes, 1970.
MENEZES, José Luiz da Mota. O Recife e as construções religiosas. Arrecifes: Revista do Conselho Municipal de Cultura, Recife, ano 3, n. 2, p. 27-31, 1987.
MUELLER, Bonifácio. Olinda e suas igrejas: esboço histórico. Recife: Livraria Pio XII, 1945.
SILVA, Leonardo Dantas. Pernambuco preservado. Recife, 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário