quarta-feira, 20 de maio de 2009

MÁRIO MELO

MÁRIO MELO

Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco


Mário Carneiro do Rego Mello nasceu no dia 5 de fevereiro de 1884, na casa-grande do engenho Barbalho, no bairro da Iputinga, no Recife, filho do juiz federal Manuel do Rego Mello e Maria da Conceição Carneiro da Cunha do Rego Mello, apelidada familiarmente de Ciçone.

Fez o curso primário em Campina Grande, Paraíba e Paudalho, Pernambuco, onde seu pai exerceu as funções de juiz, e o secundário nos colégios Salesiano e Ginásio Pernambucano, no Recife.

Ingressou como telegrafista no Departamento de Correios de Pernambuco, sendo transferido sucessivamente para o Ceará, Pará e Rio de Janeiro, onde tornou-se o secretário particular de José Mariano.

Casou-se, em 1907, na cidade de Gravatá, Pernambuco, com Adalgisa Cruz Ribeiro, com quem teve dez filhos, formando-se nesse mesmo ano, na Faculdade de Direito do Recife, na turma de Augusto dos Anjos.

Ingressou na Maçonaria, tendo sido Grão-Mestre da Loja Seis de Março.

Começou o seu trabalho na imprensa, com o jornal O Álbum, do qual era proprietário, tornando-se depois um dos mais atuantes jornalistas brasileiros. Colaborau nos jornais Folha do Povo, O País, Gazeta da Tarde (Rio de Janeiro), Estado de S. Paulo, Correio do Recife, Jornal Pequeno, Pernambuco, Diario de Pernambuco e Jornal do Commercio (Recife).

Além de jornalista foi também historiador, geógrafo, filatelista, numismata e músico. Foi um exímio violonista e grande pianista. Compôs várias músicas, entre as quais, o dobrado Tiro 333.

Participou de várias instituições histórico-geográfico-culturais, como o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, do qual foi sócio durante 50 anos e secretário perpétuo; a Academia Pernambucana de Letras, a Sociedade de Geografia de Washington, Estados Unidos, e de Lisboa, Portugal; o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; a Comissão Nacional de Folclore, entre outras.

Fundou a Associação de Imprensa de Pernambuco (1931), juntamente com Salvador Nigro e outros. Foi nomeado, em 1938, membro do Conselho Administrativo pelo interventor Agamenon Magalhães, permanecendo no cargo até 1945. Como político, foi eleito deputado estadual por Pernambuco, pelo Partido Social Democrático (1948-1950).

Era um grande defensor das coisas da sua terra, amando e defendendo o folclore, o carnaval, o frevo e as tradições. Era sobretudo um cronista do cotidiano da cidade do Recife. Cultivava costumes indígenas como dormir em rede, tomar guaraná e fumar cachimbo. Dizia o que pensava "sem papas na língua" e por isso criou várias inimizades. Quase foi apunhalado e morto num trem de Caxangá.

Morou por muito tempo na rua Santo Helias, n.292, no bairro de Espinheiro, onde morreu, na madrugada do dia 24 de maio de 1959. Seu enterro teve um grande acompanhamento popular.

Publicou mais de 50 livros entre os quais pode-se destacar:

A Maçonaria no Brasil (1909); A Maçonaria e a Revolução de 1817 (1912); Arquipélago de Fernando de Noronha (1916); Pau d´Alho: monografia histórico-geográfica (1918); A imprensa pernambucana em 1918 (1918); Rios de Pernambuco (1919); Ruas do Recife (1920); Oliveira Lima íntimo (1920); História da Loja Maçônica Seis de Março de 1817 (1921); Corografia de Pernambuco (1921); Esboço da literatura pernambucana (1922); Os Carnijós das Águas-Belas (1929); Toponímia pernambucana (1931); Dentro da história (1931); Frei Caneca (1933); Aspectos da história (1935); Elementos da história do Brasil (1936); Aspectos de etnografia brasílica (1938); Como vi Portugal (1938); A Guerra dos Mascates (1941); Síntese cronológica de Pernambuco (1943); Onomástica pernambucana (1944); Relances da história (1956).

Fontes consultadas:

MELLO, Mário. A Guerra dos Mascates como afirmação nacionalista. Recife: Arquivo Público Estadual, 1984.

SILVA, Jorge Fernandes da. Vidas que não morrem. Recife: Departamento de Cultura, 1982. p.235-236.

SOUTO MAIOR, Mário; VALENTE, Waldemar. Antologia pernambucana de folclore. Recife: FJN. Ed. Massangana, 1988. p. 178.

Um comentário:

  1. Desculpe, mas esse na foto é outro Mario Carneiro. Esse é o diretor de fotografia Mário Carneiro...

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