IGREJA DE NOSSA SENHORA DO AMPARO (Olinda, PE)
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Situada no Largo do Amparo, em Olinda, a Igreja de Nossa Senhora do Amparo foi construída, em 1613, pela Irmandade de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos. Curiosamente, os seus membros usavam um hábito preto com capa branca.
Menos de duas décadas depois de construído, o prédio foi destruído por um incêndio provocado pelos holandeses (em 1631). Contudo, por se tratar de um dos templos católicos mais tradicionais, foi reconstruído em 1644. As obras de reconstrução prosseguiram até quase o final do século XVIII, quando a capela, o altar-mor, os altares laterais e o forro foram devidamente decorados em estilo barroco.
O templo, no entanto, nunca foi concluído em sua totalidade: existe um único corredor lateral à nave, do lado do Evangelho. Essa construção, por outro lado, difere das outras igrejas de Olinda, uma vez que possui mais altares laterais.
Até hoje encobertos por um forro de madeira, podem ser encontrados, em seu interior, azulejos seiscentistas. As imagens barrocas presentes no templo enaltecem a arte sacra, sendo de grande valor cultural. Em seus altares, por sua vez, destacam-se as belas talhas douradas.
No ano de 1795, os habitantes de Olinda, por amor e fé à Virgem do Amparo, construíram, através de esmolas e de trabalho voluntário, a torre sineira, a fachada com uma só torre e a portada em pedra. Acima dela, colocaram um brasão artístico com as insígnias de Nossa Senhora para complementar a beleza arquitetônica.
Na igreja, está instalado o Museu de Arte Sacra de Goiana, que reúne mais de 4.000 peças dos séculos XVII, XVIII e XIX.
Estudiosos chamam a atenção para as janelas do coro com folhas envidraçadas, o frontispício com cornijamento em arco de círculo, e a influência barroca do frontão vazado por nicho e com pináculos em forma de tochas.
O templo situa-se em meio a um belo cenário colonial, ficando rodeado por casas e sobrados do século XVIII. O seu grande pregador foi o cronista Frei Manuel Calado, conhecido popularmente como Frei Manuel dos óculos.
Fontes consultadas:
BARBOSA, Antônio. Relíquias de Pernambuco. São Paulo: Ed. Fundo Educativo Brasileiro, 1983.
FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1977.
GUERRA, Flávio. Velhas igrejas do Recife, Olinda e Igarassu. [Recife?: s.n.], [196?].
_________. Velhas igrejas e subúrbios históricos. Recife: Fundação Guararapes, 1970.
MENEZES, José Luiz da Mota. O Recife e as construções religiosas. Arrecifes: Revista do Conselho Municipal de Cultura, Recife, ano 3, n. 2, p. 27-31, 1987.
MUELLER, Bonifácio. Olinda e suas igrejas; esboço histórico. Recife: Livraria Pio XII, 1945.
SILVA, Leonardo Dantas. Pernambuco preservado. Recife, 2002.
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