IGREJA E HOSPITAL DA MISERICÓRDIA (Olinda, PE)
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Em 1630, no extremo sul da Rua Nova, em Olinda, funcionavam o Hospital da Misericórdia e a sua igreja. Mas, com o grande incêndio de 1631, provocado pelos holandeses, os prédios ficaram em ruínas, tendo os irmãos da Misericórdia se retirado para o Arraial do Bom Jesus, onde hoje se encontra o atual Sítio da Trindade, e lá permaneceram até 1635.
Para cuidar dos feridos das batalhas, aqueles irmãos, durante o período da Insurreição Pernambucana, instalaram o seu hospital nas antigas terras do Engenho de São João da Várzea, e só retornaram à cidade de Olinda após a saída dos holandeses, no ano de 1654.
Um ano depois, em 1655, o templo foi reconstruído no mesmo lugar que ocupara no passado, mas em dimensões menores. A antiga igreja possuía, apenas, uma capela-mor e uma pequena capela, que, posteriormente, foi substituída pelo altar da Santíssima Trindade.
Essas obras devem ter se prolongado por vários anos, uma vez que há datas distintas gravadas em diversas localidades da igreja: 1771, sobre o arco-mor; 1736, acima de um portão; 1710, no oitão de um prédio junto ao templo; e, 1707, no consistório leste. A construção ganhou, tempos depois, mais dois altares.
Por ter sido mal administrada durante muitas gestões, na primeira metade do século XIX, a Santa Casa de Misericórdia de Olinda entrava em decadência, ficando sem condições de atender ao seu público-alvo. Em 1860, o hospital foi extinto, transformando-se, no período de 1864 a 1883, em um asilo para deficientes mentais. Quando entregaram a administração do prédio à confraria de São Vicente de Paulo, aquele antigo hospital virava um albergue.
No ano de 1896, entretanto, o hospital e a igreja foram cedidos à Ordem dos Beneditinos do Mosteiro de Olinda e, no local, fundava-se um colégio de artes e ofícios para crianças órfãs. Os monges, por outro lado, continuavam pagando à Santa Casa uma determinada quantia, como uma espécie de aluguel.
Na Igreja da Misericórdia podem ser apreciadas duas talhas, nas portas da capela-mor, ambas em estilo D. João V; e, no arco-cruzeiro, vêem-se dois bustos simbolizando a Esperança e a Fé, bem como uma decoração em talha, que evidencia uma data na tarja central: 1771. No templo, observam-se, ainda, duas águias na base de sustentação da tribuna.
O teto da construção é composto por vários painéis a óleo, fechados por grossas molduras de talha, que representam cenas da vida da Virgem Maria. Ao centro, vê-se a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia. O conjunto é muito harmonioso.
Inspirados em motivos bíblicos, havia uma barra de azulejos em todo o rodapé da igreja e na capela-mor. Desses, contudo, só restaram oito painéis abaixo do coro.
Além de um lavatório de mármore de duas cores - uma antiga escultura portuguesa - a sacristia contém várias peças entalhadas em jacarandá: o nicho central, algumas cômodas para se colocar os paramentos, e uma peça onde se guardam os objetos do culto.
O púlpito da Igreja da Misericórdia foi todo confeccionado em talha dourada e os seus altares colaterais evidenciam nichos. Além do mais, há quatro painéis na capela-mor, representando cenas da vida de Santa Isabel e obras da Misericórdia. Cabe ressaltar, porém, que grande parte do atual prédio da igreja é fruto de reformas empreendidas durante o século XVII.
Fontes consultadas:
Para cuidar dos feridos das batalhas, aqueles irmãos, durante o período da Insurreição Pernambucana, instalaram o seu hospital nas antigas terras do Engenho de São João da Várzea, e só retornaram à cidade de Olinda após a saída dos holandeses, no ano de 1654.
Um ano depois, em 1655, o templo foi reconstruído no mesmo lugar que ocupara no passado, mas em dimensões menores. A antiga igreja possuía, apenas, uma capela-mor e uma pequena capela, que, posteriormente, foi substituída pelo altar da Santíssima Trindade.
Essas obras devem ter se prolongado por vários anos, uma vez que há datas distintas gravadas em diversas localidades da igreja: 1771, sobre o arco-mor; 1736, acima de um portão; 1710, no oitão de um prédio junto ao templo; e, 1707, no consistório leste. A construção ganhou, tempos depois, mais dois altares.
Por ter sido mal administrada durante muitas gestões, na primeira metade do século XIX, a Santa Casa de Misericórdia de Olinda entrava em decadência, ficando sem condições de atender ao seu público-alvo. Em 1860, o hospital foi extinto, transformando-se, no período de 1864 a 1883, em um asilo para deficientes mentais. Quando entregaram a administração do prédio à confraria de São Vicente de Paulo, aquele antigo hospital virava um albergue.
No ano de 1896, entretanto, o hospital e a igreja foram cedidos à Ordem dos Beneditinos do Mosteiro de Olinda e, no local, fundava-se um colégio de artes e ofícios para crianças órfãs. Os monges, por outro lado, continuavam pagando à Santa Casa uma determinada quantia, como uma espécie de aluguel.
Na Igreja da Misericórdia podem ser apreciadas duas talhas, nas portas da capela-mor, ambas em estilo D. João V; e, no arco-cruzeiro, vêem-se dois bustos simbolizando a Esperança e a Fé, bem como uma decoração em talha, que evidencia uma data na tarja central: 1771. No templo, observam-se, ainda, duas águias na base de sustentação da tribuna.
O teto da construção é composto por vários painéis a óleo, fechados por grossas molduras de talha, que representam cenas da vida da Virgem Maria. Ao centro, vê-se a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia. O conjunto é muito harmonioso.
Inspirados em motivos bíblicos, havia uma barra de azulejos em todo o rodapé da igreja e na capela-mor. Desses, contudo, só restaram oito painéis abaixo do coro.
Além de um lavatório de mármore de duas cores - uma antiga escultura portuguesa - a sacristia contém várias peças entalhadas em jacarandá: o nicho central, algumas cômodas para se colocar os paramentos, e uma peça onde se guardam os objetos do culto.
O púlpito da Igreja da Misericórdia foi todo confeccionado em talha dourada e os seus altares colaterais evidenciam nichos. Além do mais, há quatro painéis na capela-mor, representando cenas da vida de Santa Isabel e obras da Misericórdia. Cabe ressaltar, porém, que grande parte do atual prédio da igreja é fruto de reformas empreendidas durante o século XVII.
Fontes consultadas:
BARBOSA, Antônio. Relíquias de Pernambuco. São Paulo: Editora Fundo Educativo Brasileiro, 1983.
FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1977.
GUERRA, Flávio. Velhas igrejas do Recife, Olinda e Igarassu. [Recife?: s.n., 196?].
_________. Velhas igrejas e subúrbios históricos. Recife: Fundação Guararapes, 1970.
MENEZES, José Luiz da Mota. O Recife e as construções religiosas. Arrecifes: Revista do Conselho Municipal de Cultura, Recife, a. 3, n. 2, p.27-31, 1987.
MUELLER, Bonifácio. Olinda e suas igrejas: esboço histórico. Recife: Livraria Pio XII, 1945.
SILVA, Leonardo Dantas. Pernambuco preservado. Recife: Edição do Autor, 2002.
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