IGREJA DE SÃO FRANCISCO (Olinda, PE)
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Tendo sido construída em Olinda, em um largo sobre uma alta colina, a igreja de São Francisco data do século XVIII, época em que o seu convento (em anexo) foi reconstruído.
Na frente do templo, há um grande e artístico cruzeiro de pedra e, em seu interior, existem belos painéis de azulejos, representando a vida de Nossa Senhora. A portaria e o claustro encontram-se decorados, respectivamente, com seis azulejos sobre a vida de Santa Ana, e dezesseis painéis, a respeito da vida de São Francisco.
No teto da nave vê-se uma grande pintura representando o Orbe Seráfico, compreendendo as quatro partes do universo. Há uma cortada interessante, no centro da nave, que abriga a capela dos Irmãos Terceiros, uma edificação em puro estilo barroco. Testemunham certos estudiosos que, em termos de beleza, essa capela rivaliza com a Capela Dourada do Recife.
Na sacristia, pela sua pujança barroca, destaca-se um dos arcazes com retábulo mais preciosos do País. Vêem-se, também, cômodas e repositórios (de jacarandá entalhados), um lavatório de pedra portuguesa e pinturas, particularmente de flores, e episódios da vida de Santo Antônio, em seu teto. Vale deixar registrado que, todo esse acervo está bastante mal conservado e, por conta dos deslizamentos das ladeiras de Olinda, ameaçado de ruir.
Em uma pequena capela da igreja, onde se observa um velho altar entalhado, (talvez da época do Convento primitivo), encontra-se, ainda, a sepultura do capitão Francisco do Rego Barros e de sua esposa, Arcângela da Silveira, coberta por uma lápide de mármore e apresentando um brasão de armas.
Com recursos federais, a partir de 1952, foi iniciada uma série de obras no templo: refixação de todos os painéis de azulejos do cláustro e da portaria, e revisão dos da nave; limpeza e envernizamento das pinturas do forro dos caixotões da nave, cujas molduras foram repintadas; restabelecimento do adro, em ladrilhos de barro cozido; instalação elétrica com refletores; restauração da fachada principal e restabelecimento dos beirais antigos de beira, sobeira e bica; recuperação da cobertura do convento; limpeza do forro e restauração da talha da biblioteca.
No tocante aos bens da igreja de São Francisco, o inventário das irmandades, de 22 de setembro de 1850, registrou a seguinte relação:
A Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Olinda – Possui: uma casa térrea na rua do Amparo, comprada a Maria de Porciúncula dos Anjos; vale 300$000.
Três ditas na rua do Carmo edificadas pela Ordem; valor 700$000.
Uns chãos na rua do Amparo, comprados pela Ordem a Maria Madalena de Jesus, e se acham aforados por 1$000; custaram 16$000.
Consistório da Venerável. Ordem Terceira de S. Francisco de Olinda.
Fontes consultadas:
ABRANTES, Jorge. As obras do patrimônio histórico em Olinda. Anuário de Olinda, Olinda, PE, ano 10, p. 35, dez. 1956.
GUERRA, Flávio. Velhas igrejas do Recife, Olinda e Igarassu. [Recife?: s.n., 196?].
_________. Velhas igrejas e subúrbios históricos. Recife: Fundação Guararapes, 1970.
MUELLER, Bonifácio. Olinda e suas igrejas: esboço histórico. Recife: Livraria Pio XII, 1945.
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