NELCY DA SILVA CAMPOS
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Nelcy da Silva Campos nasceu no Recife no dia 21 de janeiro de 1931. Trabalhou durante 25 anos como prático da Barra do Porto do Recife. Seu pai se chamava Nélson Campos e trabalhou, também, no Porto do Recife. Foi com o pai que ele aprendeu esse ofício.
Nelcy casou-se com Luíza de Carvalho Campos e, juntos, tiveram quatro filhos: Nancy, Nelcy Filho, Lucy e Kildare.
Ele teve, ainda, dois outros filhos - Pedro Henrique Costa Campos e Cybelle Costa Campos - de uma relação extra- conjugal.
No dia 12 de maio de 1985, o navio-petroleiro Jatobá (da companhia de navegação Flumar), carregando 1500 toneladas de gás butano - o conhecido gás de cozinha -, ficou em chamas: um dos seus três tanques, na casa de máquinas, havia explodido às 1h30 da madrugada.
O corpo de bombeiros, a despeito de todos os esforços empreendidos, não conseguia debelar o fogo: as labaredas atingiam 20 metros de altura.
Caso o Jatobá explodisse, ocorreria uma grande tragédia: o que houvesse em um raio de cinco quilômetros iria ser destruído. Vale esclarecer que, a 500 metros do navio-petroleiro, se encontrava o Parque de Tancagem do Brum, local onde estavam armazenados 153 mil metros cúbicos de produtos inflamáveis.
Sendo assim, explodiriam, juntos, além do Palácio das Princesas e todo o Centro Histórico do Recife, os seguintes bairros da cidade: Santo Antônio, Recife, Boa Vista, Brasília Teimosa e Pina.
Chamado às pressas em sua casa, pelas autoridades responsáveis pela Capitania dos Portos, Nelcy chega ao porto às 2 horas da manhã de um domingo. A operação de reboque foi muito difícil e exigiu muita coragem. Distribuindo as ordens, ele chegou a serrar dois dos nove cabos do navio-petroleiro, que estava ancorado no Armazém A-1.
No comando do rebocador Saveiro, utilizou um cabo com 200 metros e conduziu o Jatobá em chamas para bem longe do cais, a uma distância de quatro milhas (seis quilômetros) da costa. As chamas do navio duraram, ainda, mais de 15 horas.
A pedido dos agentes de navegação, Nelcy também afastou um outro navio, este de bandeira norueguesa, que estava a duzentos metros do Jatobá, carregava gás butadieno (altamente explosivo) e já soltava espessos rolos de fumaça. O navio foi deixado bem longe da área de perigo.
Felizmente, o acidente não fez vítimas: causou, somente, danos materiais.
O então governador Roberto Magalhães, para reverenciar o prático-herói, esperou-o no porto do Recife, às 11 horas da manhã. Nelcy Campos, no entanto, não exigia reverências. Ao chegar, ele declarou: Nunca me vi em situação tão difícil e perigosa, mas pensei logo na população. Mesmo sabendo que poderia morrer, parti para a operação.
Naquela época, os principais meios de comunicação de massa - rádio, jornais locais e periódicos nacionais - divulgaram o incidente, enaltecendo a coragem de Nelcy da Silva Campos.
Vitimado por uma doença crônica, no dia 27 de setembro de 1990 morre o prático-herói da Barra.
Quase duas décadas após a sua morte, no dia 29 de setembro de 2003, em uma cerimônia alusiva ao Dia Mundial do Marítimo, o Comando do 3º Distrito Naval da Marinha do Brasil mandou erigir um busto de mármore em sua homenagem, junto ao Terminal Marítimo de Passageiros, na Praça do Marco Zero, local onde a construção da cidade do Recife foi iniciada.
A estátua que lhe homenageia foi obra do escultor pernambucano Demétrio Albuquerque. Possui um busto feito em mármore e uma base em forma triangular, medindo 1,50 m de altura, e que simboliza a quilha de um navio. Nessa base, observa-se uma placa em metal (com o perfil do emblema da Marinha) e alguns dizeres relatando o ocorrido.
Com todas as honras merecidas, portanto, a memória de Nelcy da Silva Campos foi resgatada como a de um “Herói Pernambucano Contemporâneo”.
Fontes consultadas:
Nelcy casou-se com Luíza de Carvalho Campos e, juntos, tiveram quatro filhos: Nancy, Nelcy Filho, Lucy e Kildare.
Ele teve, ainda, dois outros filhos - Pedro Henrique Costa Campos e Cybelle Costa Campos - de uma relação extra- conjugal.
No dia 12 de maio de 1985, o navio-petroleiro Jatobá (da companhia de navegação Flumar), carregando 1500 toneladas de gás butano - o conhecido gás de cozinha -, ficou em chamas: um dos seus três tanques, na casa de máquinas, havia explodido às 1h30 da madrugada.
O corpo de bombeiros, a despeito de todos os esforços empreendidos, não conseguia debelar o fogo: as labaredas atingiam 20 metros de altura.
Caso o Jatobá explodisse, ocorreria uma grande tragédia: o que houvesse em um raio de cinco quilômetros iria ser destruído. Vale esclarecer que, a 500 metros do navio-petroleiro, se encontrava o Parque de Tancagem do Brum, local onde estavam armazenados 153 mil metros cúbicos de produtos inflamáveis.
Sendo assim, explodiriam, juntos, além do Palácio das Princesas e todo o Centro Histórico do Recife, os seguintes bairros da cidade: Santo Antônio, Recife, Boa Vista, Brasília Teimosa e Pina.
Chamado às pressas em sua casa, pelas autoridades responsáveis pela Capitania dos Portos, Nelcy chega ao porto às 2 horas da manhã de um domingo. A operação de reboque foi muito difícil e exigiu muita coragem. Distribuindo as ordens, ele chegou a serrar dois dos nove cabos do navio-petroleiro, que estava ancorado no Armazém A-1.
No comando do rebocador Saveiro, utilizou um cabo com 200 metros e conduziu o Jatobá em chamas para bem longe do cais, a uma distância de quatro milhas (seis quilômetros) da costa. As chamas do navio duraram, ainda, mais de 15 horas.
A pedido dos agentes de navegação, Nelcy também afastou um outro navio, este de bandeira norueguesa, que estava a duzentos metros do Jatobá, carregava gás butadieno (altamente explosivo) e já soltava espessos rolos de fumaça. O navio foi deixado bem longe da área de perigo.
Felizmente, o acidente não fez vítimas: causou, somente, danos materiais.
O então governador Roberto Magalhães, para reverenciar o prático-herói, esperou-o no porto do Recife, às 11 horas da manhã. Nelcy Campos, no entanto, não exigia reverências. Ao chegar, ele declarou: Nunca me vi em situação tão difícil e perigosa, mas pensei logo na população. Mesmo sabendo que poderia morrer, parti para a operação.
Naquela época, os principais meios de comunicação de massa - rádio, jornais locais e periódicos nacionais - divulgaram o incidente, enaltecendo a coragem de Nelcy da Silva Campos.
Vitimado por uma doença crônica, no dia 27 de setembro de 1990 morre o prático-herói da Barra.
Quase duas décadas após a sua morte, no dia 29 de setembro de 2003, em uma cerimônia alusiva ao Dia Mundial do Marítimo, o Comando do 3º Distrito Naval da Marinha do Brasil mandou erigir um busto de mármore em sua homenagem, junto ao Terminal Marítimo de Passageiros, na Praça do Marco Zero, local onde a construção da cidade do Recife foi iniciada.
A estátua que lhe homenageia foi obra do escultor pernambucano Demétrio Albuquerque. Possui um busto feito em mármore e uma base em forma triangular, medindo 1,50 m de altura, e que simboliza a quilha de um navio. Nessa base, observa-se uma placa em metal (com o perfil do emblema da Marinha) e alguns dizeres relatando o ocorrido.
Com todas as honras merecidas, portanto, a memória de Nelcy da Silva Campos foi resgatada como a de um “Herói Pernambucano Contemporâneo”.
Fontes consultadas:
DIARIO Oficial. Poder Executivo. Governador de Estado Roberto Magalhães Melo. 14 de maio de 1985.
EXPLOSÃO em navio ameaça cidade e deixa autoridades preocupadas. Diario de Pernambuco, Recife, 13 maio 1985. p. 1
HERÓI na prática. Isto É, São Paulo, 22 maio de 1985.
INCÊNDIO de petroleiro causa pânico no Porto. Diario de Pernambuco, Recife, 13 maio 1985. Cad. Polícia, A-12.
MISSÃO perigosa: prático reboca navio em chamas e vira herói. Veja, São Paulo, 22 maio 1985.
Com certeza,UM grande heroi,mas ninguem lembra dos marinheiros e do Mestre do rebocador,que fez o reboque do navio para fora de barra,o pratico,nao manobrou o rebocador sozinho,ele so cordenou a manobra,o mesmo perigo que ele passou ,os tripulantes do rebocador tb passou,e esses ninguem lembrou...comentario de um filho,de um dos tripulantes,e hoje comandante,de rebocador,e lembrando que não quero de forma alguma tirar o merito do SR:nelcy campos,e sim tb lembrar dos demais...
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