domingo, 17 de maio de 2009

AEROCLUBE DE PERNAMBUCO

AEROCLUBE DE PERNAMBUCO

Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco

A criação do Aeroclube de Pernambuco remonta às primeiras décadas do século XX, mais especificamente ao período anterior à Segunda Guerra Mundial, quando o País necessitava de um local específico que formasse pilotos habilitados a comandar os aviões de guerra. A fundação da entidade, como um espaço destinado à formação de oficiais, teve lugar no dia 15 de março de 1940, e seu endereço é o seguinte: Rua Tomé Gibson s/n, Encanta Moça, no bairro do Pina, no Recife.

Os pernambucanos costumavam chamar de Encanta Moça a ilha formada, na bacia do Pina, por um dos braços do rio Capibaribe. E, no tempo em que a aviação do Estado ainda não possuía um campo adequado de pouso e decolagem para receber os pequenos aviões, alguns pilotos franceses descobriram a utilidade daquela ilha para esse fim.

Cabe lembrar o fato de que, nas décadas de 1920 e 1930, os hidroaviões predominavam sobre os aviões com base terrestre, já que os primeiros tinham a vantagem de não necessitar de pistas dispendiosas de concreto para pousar. Sendo assim, os hidros utilizavam a Bacia do Pina.

Presentemente, o Aeroclube de Pernambuco está à disposição de todos os que já voaram ou que nunca voaram e desejam praticar a aviação, mantendo cursos permanentes. Os cursos teóricos são ministrados no laboratório virtual de vôo, o qual possui três computadores, ligados em rede, contendo manche, fone de ouvido e microfones (para que os aprendizes possam se comunicar uns com outros), e também um controlador de vôo instalado em uma quarta máquina.

A entidade oferece dois tipos de cursos: o básico e o avançado. O primeiro dura três meses e utiliza os seguintes softwares: Flight Simulator 2002 e 2004 (standard e professional), Pro Controller (simulador de radar da torre de controle), e Roger Wilco, destinado à comunicação entre os próprios pilotos. Durante o curso teórico, por sua vez, os alunos aprendem as manobras básicas, os comandos do simulador e da aeronave, recebem informações sobre tráfego aéreo, segurança, e passam algumas horas treinando mediante a navegação virtual.

Entre as matérias básicas do curso estão as seguintes: regulamentos, meteorologia, navegação aérea, teoria de vôo e conhecimentos técnicos de motores. Antes das aulas práticas, porém, todos aprendem a voar através da utilização de instrumentos. Em relação aos simuladores, os aprendizes são treinados através de um bimotor ATC810 e de um monomotor ATC710. No tocante às aeronaves, são colocados à disposição o Aeroboero AB 115 e o AMT200 Super Ximango (um moto planador).

No curso avançado, os alunos treinam vôos pela internet, aprendem a fraseologia padrão da aviação, a interpretação de cartas, briefings, NDB, VOR e IIS, além de pilotarem um Baron 58, para se familiarizarem com a prática da aviação comercial. Após a conclusão do curso teórico, e da aprovação por parte da Banca do Departamento de Aviação Civil (DAC), os candidatos deverão realizar, então, o curso prático, que possui um patamar mínimo de 35 (trinta e cinco) horas de vôo.

A título de informação, vale registrar dois dados importantes: o primeiro deles é a existência, na cidade de Salvador (na Bahia) do curso universitário de Ciências da Aeronáutica, que possibilita a aprendizagem dos conhecimentos necessários para se pilotar uma aeronave; e, o segundo é que, nos últimos anos, em se tratando de mercado de aviação, foram homologadas vinte novas empresas de táxi aéreo no Nordeste do Brasil.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, Pernambuco vem contando com um importante centro de formação de pilotos e, inclusive, de um excelente ponto de partida para todos os indivíduos que amam a aviação.


Fontes consultadas:

AEROPORTO Internacional dos Guararapes. Disponível em:
Acesso em 21 jan. 2005.

Moreira, Iuri. Para matar a secura de ser um piloto. Diario de Pernambuco, Recife, 16 jun. 2004. Informática.

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