segunda-feira, 18 de maio de 2009

FAROL DO RECIFE

FAROL DO RECIFE

Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco

No ano de 1590, na cidade do Recife, os portugueses construíram um forte sobre os recifes com a finalidade de defender a barra de acesso ao porto, e o chamaram de Castelo do Mar ou Forte Laje do Picão.

Durante a ocupação holandesa em Pernambuco (1630 - 1654), os flamengos utilizaram o Forte Castelo do Mar como um posto de sinais para as suas embarcações. E, nos anos posteriores à expulsão dos flamengos, o Forte continuou emitindo sinais e funcionando como uma arma poderosa para todos navegantes.

O Castelo do Mar se encontrava bastante arruinado em 1817. Foi então que D. João VI decidiu recuperá-lo: implantou um farol em seu lugar, no sentido de garantir o acesso livre e seguro ao Porto do Recife.

Situado na foz dos rios Capibaribe e Beberibe e inaugurado no dia 1 de fevereiro de 1822, o Castelo do Mar ou Farol do Picão, semelhante a um fortim, foi todo construído em alvenaria. Juntamente com a Casa de Banhos, esse farol chamava a atenção de todos os que se aproximavam do Porto do Recife.

Pouco mais de um século depois, aquele farol foi julgado bastante ultrapassado e desmontado no dia 30 de setembro de 1931, tendo sido reativado, com uma lanterna automática AGA de 500mm, em 1932. Seis anos após, ele foi transferido para uma torre, situada no prédio da Capitania dos Portos do Estado de Pernambuco. Nesse lugar, permaneceu durante um período de sete anos.

Em setembro de 1945, a velha torre do Castelo do Mar ou Farol do Picão serviu de palco para a cerimônia de reinauguração daquele sinal luminoso centenário.

Vale salientar que, nos dias de hoje, do antigo farol só restam ruínas. O atual farol é chamado Farol do Recife ou Farol da Barra, possui uma moderna lâmpada de acrílico e mantém o mesmo princípio de refração da luz que os demais aparelhos lenticulares do passado.

O Farol do Recife ou Farol da Barra aparece nos escudos de Recife e de Pernambuco, juntamente com o desenho de outras duas armas que foram consideradas de suma importância para a defesa da cidade: o forte e a barra. Na parte inferior dos referidos brasões tem-se a linha dos arrecifes com uma torre e o farol na ponta. Todos eles batidos pelas ondas do oceano.

O Farol do Recife, semelhante à de um fortim com ameias, é caiado de branco, possui 18 metros de altura e foi assentado sobre uma base quadrada. É um monumento que está ligado, intrinsecamente, ao panorama do porto do Recife.

Fontes consultadas:

CAVALCANTI, Carlos Bezerra. O Recife e seus bairros. Recife: Câmara Municipal do Recife, 1998.

FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1977.

SETTE, Mário. A Casa de Banhos. Boletim do Porto do Recife. Recife, jul., n. 1, 1940.

SIQUEIRA, Ricardo. Luzes do novo mundo; história dos faróis brasileiros/fotos Ricardo Siqueira; texto: Ney Dantas. Rio de Janeiro: O Autor, 2002.

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