FORTE DE SÃO MARCELO (Salvador, Bahia)
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
O Forte de São Marcelo está situado na Baía de Todos os Santos, na cidade de Salvador, Estado da Bahia. Ele foi concebido, nos primeiros anos do século XVII, e construído sobre uma coroa de areia que havia na Baía. A edificação do Forte, toda em madeira, ocorreu em 1623, durante o Governo-Geral de D. Diogo de Mendonça Furtado.
Na planta, o Forte se apresentava com uma forma quase circular, nele se destacando uma torre central, cercada de aberturas grandes e estreitas (de menor altura), de onde eram posicionados os canhões portugueses. Conhecido na Bahia como Forte do Mar, ele já foi chamado, também, Forte de Nossa Senhora do Pópulo. Sua forma cilíndrica foi inspirada no Forte de São Lourenço do Bugio, localizado na foz do rio Tejo, próximo à Vila de Oeiras, em Portugal, que possui um formato similar. E tinha como objetivos a defesa da cidade colonial, em todas as direções, dos ataques das embarcações estrangeiras, e uma melhor resistência às marés.
Em 1624, o Forte de São Marcelo foi conquistado pelos holandeses, comandados por Piet Hein, e, de lá, os batavos dispararam granadas incendiárias contra a cidade de Salvador. Apesar do sucesso dessa primeira empreitada, um ano depois, eles foram expulsos do Forte. Pouco tempo depois, os holandeses voltaram a atacar Salvador, mas, como não obtiveram sucesso, se limitaram a apreender vários navios carregados com os produtos da terra.
A Companhia das Índias Ocidentais (CIO) designou, então, o conde João Maurício de Nassau-Siegen (1604 - 1679) - denominado Maurits de Braziliaan - possuidor de grande capacidade militar e visão empreendedora, para comandar uma nova invasão. No entanto, mais uma vez, os canhões disparados do Forte impediram o desembarque das tropas batavas. Na época, a construção possuía dezenove peças de artilharia, de vários calibres. Vale registrar que, em 1630, finalmente, Nassau conquistou Olinda, a capital da florescente Capitania de Pernambuco, em uma posterior e mais bem organizada campanha; tendo o Brasil vivido, por quase três décadas (1630-1654), um período de dominação, por parte da Companhia das Índias Ocidentais (CIO).
Após aquele período, o Forte de São Marcelo foi, mais uma vez, restaurado, tendo recebido pedras de arenito, na forma de um torreão circular, e o interior do enroscamento foi preenchido com pedras calcárias oriunda dos navios portugueses. Os colonizadores lusos faziam a seguinte troca com os colonizados: davam-lhes as pedras que traziam do Reino, e que forravam os lastros de suas naus, e voltavam, para o Reino, carregados de açúcar e madeira de lei.
Em 1662, houve outra reforma: a muralha do torreão central do Forte ganhou um reforço em pedra granito, originária do Recôncavo Baiano, tendo ela sido erguida a uma altura de 15m acima do nível do mar. Em 1728, por sua vez, a construção ganhou uma muralha arredondada, visando lhe assegurar maior proteção.
O Forte de São Marcelo foi representado em iconografia, em 1759, evidenciando cinqüenta e quatro peças de ferro e bronze, de vários calibres. Meio século depois, continuaria sendo inspecionado e reforçado. Como os tiros ainda ricocheteavam em sua torre e atingiam os artilheiros pelas costas, em 1812, o Forte ganhou um paredão externo mais alto, em forma de anel, com salas em seu interior. No século XIX, a construção esteve envolvida na Guerra dos Farrapos e na Revolta da Sabinada (entre 1837 e 1838). Nesta última Revolta, lá ficaram presas duzentos e oitenta pessoas.
A partir de 1855, o Forte foi entregue à Marinha que, lá, instalou um farol de sinalização. Ele serviu, também, como depósito de pólvora, até 1861. A partir de 1863, o quartel da Companhia de Aprendizes de Marinheiro passou a funcionar em suas instalações; em 1889, o Ministério da Guerra assumiu o comando, tendo ele servido, várias vezes, como prisão, após a Proclamação da República. No dia 23 de maio de 1938, o Forte foi tombado pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que ainda empreendeu a recuperação do seu cais de atracação.
O Forte São Marcelo passou por uma última reforma, com o apoio da Associação Brasileira dos Amigos da Fortificação Militar (Abraf), que ficou responsável pela gestão do monumento, e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac). Com forma cilíndrica e belo estilo renascentista, o Forte possui, hoje, 2.600 m2 de área construída.
No dia 29 de março de 2006, o monumento foi aberto à visitação pública, após ter sido transformado no Centro Cultural Forte de São Marcelo, um espaço que abriga um rico patrimônio cultural. O Centro Cultural ganhou uma bela iluminação cênica, com muitos holofotes colocados em sua fachada, e se tornou muito mais atraente. Além disso, foram recuperadas catorze salas que existiam em seu interior, passando elas a abrigar exposições temporárias e permanentes.
A visita ao local é feita por meio de barcos, com capacidade para trinta pessoas. Por razões de segurança, não podem circular mais de trezentas pessoas, ao mesmo tempo, no majestoso Centro Cultural Forte de São Marcelo.
Devido à sua localização, no meio do mar, bem como à sua beleza e originalidade do formato, o escritor Jorge Amado denominou o Forte de São Marcelo O umbigo da Bahia. Este umbigo representa um dos belos cartões-postais do Estado, além de ser um dos pontos turísticos mais visitados.
Na planta, o Forte se apresentava com uma forma quase circular, nele se destacando uma torre central, cercada de aberturas grandes e estreitas (de menor altura), de onde eram posicionados os canhões portugueses. Conhecido na Bahia como Forte do Mar, ele já foi chamado, também, Forte de Nossa Senhora do Pópulo. Sua forma cilíndrica foi inspirada no Forte de São Lourenço do Bugio, localizado na foz do rio Tejo, próximo à Vila de Oeiras, em Portugal, que possui um formato similar. E tinha como objetivos a defesa da cidade colonial, em todas as direções, dos ataques das embarcações estrangeiras, e uma melhor resistência às marés.
Em 1624, o Forte de São Marcelo foi conquistado pelos holandeses, comandados por Piet Hein, e, de lá, os batavos dispararam granadas incendiárias contra a cidade de Salvador. Apesar do sucesso dessa primeira empreitada, um ano depois, eles foram expulsos do Forte. Pouco tempo depois, os holandeses voltaram a atacar Salvador, mas, como não obtiveram sucesso, se limitaram a apreender vários navios carregados com os produtos da terra.
A Companhia das Índias Ocidentais (CIO) designou, então, o conde João Maurício de Nassau-Siegen (1604 - 1679) - denominado Maurits de Braziliaan - possuidor de grande capacidade militar e visão empreendedora, para comandar uma nova invasão. No entanto, mais uma vez, os canhões disparados do Forte impediram o desembarque das tropas batavas. Na época, a construção possuía dezenove peças de artilharia, de vários calibres. Vale registrar que, em 1630, finalmente, Nassau conquistou Olinda, a capital da florescente Capitania de Pernambuco, em uma posterior e mais bem organizada campanha; tendo o Brasil vivido, por quase três décadas (1630-1654), um período de dominação, por parte da Companhia das Índias Ocidentais (CIO).
Após aquele período, o Forte de São Marcelo foi, mais uma vez, restaurado, tendo recebido pedras de arenito, na forma de um torreão circular, e o interior do enroscamento foi preenchido com pedras calcárias oriunda dos navios portugueses. Os colonizadores lusos faziam a seguinte troca com os colonizados: davam-lhes as pedras que traziam do Reino, e que forravam os lastros de suas naus, e voltavam, para o Reino, carregados de açúcar e madeira de lei.
Em 1662, houve outra reforma: a muralha do torreão central do Forte ganhou um reforço em pedra granito, originária do Recôncavo Baiano, tendo ela sido erguida a uma altura de 15m acima do nível do mar. Em 1728, por sua vez, a construção ganhou uma muralha arredondada, visando lhe assegurar maior proteção.
O Forte de São Marcelo foi representado em iconografia, em 1759, evidenciando cinqüenta e quatro peças de ferro e bronze, de vários calibres. Meio século depois, continuaria sendo inspecionado e reforçado. Como os tiros ainda ricocheteavam em sua torre e atingiam os artilheiros pelas costas, em 1812, o Forte ganhou um paredão externo mais alto, em forma de anel, com salas em seu interior. No século XIX, a construção esteve envolvida na Guerra dos Farrapos e na Revolta da Sabinada (entre 1837 e 1838). Nesta última Revolta, lá ficaram presas duzentos e oitenta pessoas.
A partir de 1855, o Forte foi entregue à Marinha que, lá, instalou um farol de sinalização. Ele serviu, também, como depósito de pólvora, até 1861. A partir de 1863, o quartel da Companhia de Aprendizes de Marinheiro passou a funcionar em suas instalações; em 1889, o Ministério da Guerra assumiu o comando, tendo ele servido, várias vezes, como prisão, após a Proclamação da República. No dia 23 de maio de 1938, o Forte foi tombado pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que ainda empreendeu a recuperação do seu cais de atracação.
O Forte São Marcelo passou por uma última reforma, com o apoio da Associação Brasileira dos Amigos da Fortificação Militar (Abraf), que ficou responsável pela gestão do monumento, e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac). Com forma cilíndrica e belo estilo renascentista, o Forte possui, hoje, 2.600 m2 de área construída.
No dia 29 de março de 2006, o monumento foi aberto à visitação pública, após ter sido transformado no Centro Cultural Forte de São Marcelo, um espaço que abriga um rico patrimônio cultural. O Centro Cultural ganhou uma bela iluminação cênica, com muitos holofotes colocados em sua fachada, e se tornou muito mais atraente. Além disso, foram recuperadas catorze salas que existiam em seu interior, passando elas a abrigar exposições temporárias e permanentes.
A visita ao local é feita por meio de barcos, com capacidade para trinta pessoas. Por razões de segurança, não podem circular mais de trezentas pessoas, ao mesmo tempo, no majestoso Centro Cultural Forte de São Marcelo.
Devido à sua localização, no meio do mar, bem como à sua beleza e originalidade do formato, o escritor Jorge Amado denominou o Forte de São Marcelo O umbigo da Bahia. Este umbigo representa um dos belos cartões-postais do Estado, além de ser um dos pontos turísticos mais visitados.
Fontes consultadas:
FORTE de São Marcelo agora é uma atração especial. Disponível em:
OTT, Carlos. O Forte do Mar. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, n. 13, p. 85-108, 1956.
SALVADOR da Bahia. Disponível em:
TEIXEIRA, Paulo Roberto Rodrigues. Forte de São Marcelo. Revista da Cultura, Rio de Janeiro, ano 7, n. 13, p. 52-63, dez. 2007.
VAINSENCHER, Semira Adler. Boi Voador. Recife: Fundaj, Centro de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior, 2007. (Série Folclore, n.332)
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