FORTE ORANGE
Semira Adler Vainsencher
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
Em 1631, na entrada sul do canal de Santa Cruz, na ilha de Itamaracá, em Pernambuco, os holandeses construíram o Forte Orange, com a finalidade de proteger o acesso ao desembarque e embarque de navios destinados aos portos de Igarassu e Vila da Conceição (posteriormente, Vila Schkoppe).
O Forte Orange, dominando o acesso àquelas povoações, apresenta um formato quadrangular, com todos os ângulos agudos em forma de vértice, e uma entrada em curva, cujo corredor encontra-se ladeado por duas ordens de seteiras. O forte também possui quatro baluartes, e está cercado por uma estacada em alvenaria de pedra bruta.
Dando proteção ao porto, o Forte Orange encontra-se armado com doze canhões: seis de ferro e seis de bronze; e, ao norte, com três peças de ferro; uma torre guarda a entrada do canal. Em sua bateria estão montados onze canhões: dois de bronze e nove de ferro.
Em 1654, com a derrota dos holandeses, o Forte Orange ficou totalmente em ruínas. Entretanto, como a Capitania de Itamaracá voltava a ser propriedade dos portugueses, eles restauraram o forte em 1696 e trocaram os antigos símbolos flamengos pelas armas do Reino de Portugal.
No ano de 1745, aquela fortificação militar se encontrava bem provida de material bélico: 26 peças de ferro, calibres 5 a 28, e 3 peças de bronze, calibres 12 a 20.
No pátio interno do Forte Orange encontra-se um poço profundo, destinado ao suprimento de água potável. Observa-se, também, os prédios dos quartéis, armazéns, calabouços e capela. O escudo das armas lusas, com uma cruz ao meio, está gravado sobre o portão. Da artilharia que foi desmontada, restam somente 21 canhões, com as armas e os emblemas em relevo sobre as culatras.
Em um levantamento realizado pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, em 1971, foram identificados os alojamentos, a cozinha, os paióis e a capela do primitivo forte (quando ele era ainda propriedade dos holandeses), além de munições e canhões de calibres variados.
O Forte Orange foi parcialmente restaurado no ano de 1973, pela Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN).
Fonte consultada:
SILVA, Leonardo Dantas. Pernambuco preservado: histórico dos bens tombados no Estado de Pernambuco. Recife: Edição do Autor, 2002.
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